De fait le financement des immeubles au Brésil ne se fait pas vraiment par endettement.
Je vous ai mis un article vieux d'un an ou deux sur le sujet.
Pour qu'il y ait crise immobilière il faudrait que les projets immobiliers soient largements financés par le crédit bancaire ... et au Brésil ... c'est très réduit
pour reprendre les chiffres de l'article : le crédit immobilier aux USA ( avant la crise représentait 85% du PIB en corée 53% du PIB
Au Bresil le crédit immobilier : 3% du PIB
pas de quoi faire une grosse bulle ...
Pour la plupart des projets immobiliers la technique est la suivante : les projets sont présentés les acheteurs commencent a payer directement au promoteur qui ne commence á construire en fait que quand il a un bon 40% du cout du projet dans la poche...
En fait , il y a pas mal de projet, quand ils sont livrés le prix de construction a déjà été intégralement payé depuis longtemps par les acheteurs.
de fait il n'y pas un chronogramme de paiement comme en France en fonction de l'Etat des travaux : dans cet affaire, celui qui sert de banquier c'est l'acheteur qui finance par des paiements mensuels le promoteur ...
Pour ce que je connais du marché, avec les techniques de commercialisation utilisés dans l'immobilier au Brésil , la plupart des projets sont financés à l'avance.. et sans que l'intervention du système bancaire soit importante
De manière générale, même si cela peut surprendre l'endettement au Brésil est faible en comparaison d'autres pays tout simplement parce que le crédit est hors de prix ( notamment en raison des régles prudentielles qui impose que 42% des dépots a vue soit bloqués à la BC)..
Donc la crise de remboursement du cre´dit a peu d'impact dans un pays où l'endettement géneral est faible ...
Vícios são vícios, mesmo quando úteis
Carlos Alberto Sardenberg*
Sabem por que o Brasil apanha menos que outros emergentes nesta crise? Por causa de seus vícios.
Há uma forte queda no comércio mundial ? e a economia brasileira é fechada, exporta pouco, ou seja, perde relativamente menos.
Há uma severa restrição do crédito ? e havia muito pouco crédito no Brasil, de novo, com pouco a perder.
Considerem o comércio. Neste ano, pela primeira vez em décadas, a soma de exportações e importações mundiais vai encolher, será menor do que em 2008. Isso já está ocorrendo desde outubro, o que arrasa o desempenho das economias exportadoras.
Coreia do Sul e México, por exemplo, estão apanhando mais do que o Brasil neste quesito. Ocorre que a economia coreana exporta algo equivalente a 50% do seu Produto Interno Bruto (PIB), vendas de US$ 420 bilhões para um PIB de US$ 860 bilhões.
No México, a exportação passa um pouco dos 40% do PIB e vai, na maior parte, para os Estados Unidos, o centro da crise.
No Brasil? As vendas externas (US$ 198 bilhões no ano passado) equivalem a 13% do PIB. Portanto, a queda nas exportações, que já ocorre, afeta menos a atividade econômica local.
Mas o lado mais evidente dessa "vantagem" dos vícios está no departamento do crédito.
No ano passado, o crédito total no Brasil chegou a 41% do PIB, um resultado muito bom para os padrões locais.
Na Coreia, para dar apenas um exemplo, o crédito doméstico equivale a 110% do PIB. Portanto, investimentos e consumo dependem muito mais do fluxo de empréstimos do que no Brasil. Logo, se o crédito seca, o problema é maior lá.
Outras comparações: no grande ano de 2007, quando o mundo todo cresceu espetacularmente, o crédito concedido nos Estados Unidos para a compra de casa própria chegou a 86% do PIB, algo como a espantosa cifra de US$ 12 trilhões. Para a aquisição de carros, 9,2%.
Na Coreia do Sul, o crédito imobiliário representava 53% do PIB. Para automóveis, 17%.
E no Brasil? O ano passado foi considerado um dos melhores para o setor imobiliário. Só pelo Sistema Financeiro de Habitação ? empréstimos com base nos recursos da caderneta de poupança ? foram financiadas quase 300 mil casas, no valor total de R$ 30 bilhões. Isso dá a ridícula relação de 1% do PIB. Se consideradas outras modalidades de financiamento, incluindo as casas populares, subsidiadas, o total financiado não chega a 3% do PIB.
Eis o ponto: o Brasil não teve bolha imobiliária simplesmente porque não empresta.
Para completar as comparações, o financiamento de automóveis é um pouco melhor no Brasil, 3% do PIB, ainda assim muito abaixo dos outros países desenvolvidos e emergentes importantes.
Quais conclusões se podem tirar daí?
A mais estúpida seria afirmar que é melhor exportar menos e emprestar pouco, para evitar danos maiores na eventualidade das crises. Seria como não comer para prevenir eventuais dores de estômago.
Tanto assim que os melhores esforços que o Brasil deve fazer para sair da crise são justamente elevar o crédito para consumo e investimento e aumentar as exportações.
Por outro lado, antes da crise os outros emergentes mais abertos e com mais crédito cresceram mais que o Brasil. Lá no México se costuma dizer: tão perto dos Estados Unidos; tão longe de Deus.
O lamento vale especialmente para estes momentos, mas atenção. Desde que o México assinou o acordo de livre comércio com os americanos, os Estados Unidos tiveram muito mais anos de crescimento do que de recessão.
Isso vale para o conjunto do mundo. Em 2009, o comércio global está diminuindo, mas este é um ano de raríssima exceção.
O panorama geral do mundo emergente mostra o seguinte. Antes da crise mundial, todos os principais países haviam alcançado a estabilidade macroeconômica baseada no tripé: inflação de no máximo 4,5% ao ano; contas públicas equilibradas; dívida líquida pública não superior aos 30% do PIB; contas externas financiáveis e reservas elevadas.
Cada país tem um problema nesta ou naquela perna, mas o geral era isso aí. Todos cresceram fortemente do final dos anos 1990 para cá, especialmente no século 21. Todos elevaram fortemente suas exportações.
O Brasil veio atrasado. Estabilizou a macroeconomia depois de todos os outros e pegou a onda mundial depois dos outros. Assim, o Brasil ainda não havia atingido o voo de cruzeiro ? juros ainda muito elevados, carga tributária altíssima, crédito limitado, pouca abertura ao exterior.
Tudo isso era e continua sendo defeito. A menor exposição brasileira ao comércio externo e ao crédito limita os efeitos da crise externa, mas, antes, limitou muito mais o crescimento do País.
Isso quer dizer que, terminada a crise mundial, os outros países iniciarão a retomada de modo mais firme e rápido. Assim como apanham mais agora, a Coreia e o México (e a China, por sinal) vão decolar quando o comércio mundial voltar a crescer.
É uma história diferente da que conta o presidente Lula. Ele tem dito que o Brasil sofre menos porque estava mais bem preparado do que outros. Basta olhar os quesitos. Onde o Brasil estava melhor?
Na inflação? Todos a tinham controlado.
Nas contas públicas? A dívida brasileira ainda é a maior entre os mais importantes.
Nas reservas? Nas exportações? As nossas eram menores.
No sistema bancário sólido e regulado? Mas claro que é sólido: não empresta e quando empresta cobra esses juros!
*Carlos Alberto Sardenberg é jornalista. Site: www.sardenberg. com.br